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Mostrando postagens de abril, 2019

O progresso ético como ação filosófica

O intelectual pode viver um vida envolta por bons argumentos e erudita, mas com pouca alegria e tranquilidade. É por isso que se diferencia o sábio do intelectual. O primeiro sabe viver, o segundo ainda não. Possuir informações, saber argumentar, ter raciocínio apurado não necessariamente torna alguém sábio. Nesse sentido, a sabedoria visada pela filosofia requer algo diferente do mero bom desempenho intelectual ou argumentativo, como podemos ver abaixo: (...) [Para Epicteto] o problema é quando se acredita que o progresso do filósofo acontece apenas por meio do aperfeiçoamento argumentativo ou pela capacidade de analisar discursos ou textos. É levando isso em consideração que Epicteto travou o seguinte diálogo com alguém que lhe ouvia: Então me mostra aí o teu progresso. Do mesmo modo que, se eu dissesse a um atleta “Mostra-me tuas espáduas e teus braços”, e ele dissesse “Olha meus halteres”. Tu olharás teus halteres. Eu desejo ver o efeito dos halteres. – Toma o tratado  Sobre

A VIDA É INJUSTA?

Eis que lendo este instigante livro do Sandel, encontro aquele brilho da filosofia: "Em 1980, quando Ronald Reagan concorreu à presidência, o economista Milton Friedman publicou um best-seller em coautoria com a mulher, Rose, intitulado Livres para escolher (Free to Choose). Era uma defesa vigorosa e explícita da economia de livre mercado e tornou-se a bíblia — ou o hino — dos anos Reagan. Ao defender os princípios do laissez-faire contra as objeções igualitárias, Friedman fez uma surpreendente concessão. Ele reconheceu que os indivíduos criados em famílias abastadas e que frequentaram escolas de elite têm uma vantagem injusta em relação àqueles que vêm de lares menos privilegiados. Ele também admitiu que os indivíduos que, sem nenhum mérito próprio, herdaram talento e dotes ocupam uma posição privilegiada e injusta em relação aos demais. Diferentemente de Rawls, no entanto, Friedman insiste em que não devemos tentar remediar essa injustiça. Ao contrário, devemos aprender a co

A ética e as demais partes da filosofia estóica

A ética estoica está cada vez mais em evidência. Ela está cada vez mais influenciando não só quem estuda filosofia, mas também o público em geral por meio de livros mais acessíveis ao grande público. Há também movimentos ao redor do mundo que estão a resgatar a ética estoica para os dias atuais. Além disso, edições de livros dos estoicos romanos estão cada vez mais acessíveis ao público brasileiro, seja por meio digital, seja por meio de publicações de livros físicos. No entanto, há outros aspectos que também são importantes para se conhecer a filosofia estoica, inclusive no que se refere à ética: os aspectos lógicos e físicos. Não é à toa que os estoicos dividiram a filosofia em ética, lógica e física: essas três partes se entrelaçam no pensamento filosófico estoico. Neste vídeo, gravado no IV Colóquio Brasileiro Sobre Epicteto, busco esclarecer de que modo essas três partes se relacionam no ensino do estoicismo e em que medida as partes lógica e física se relacionam