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Mostrando postagens de setembro, 2017

Não se deve dizer “a árvore é verde”, mas sim “a árvore verdeja”.

"Ao invés de enunciar os julgamentos com a ajuda da cópula “é”, como de hábito, o estoicismo (doutrina filosófica)  propõe uma sintaxe que caracterize o movimento e a impermanência: não se deve dizer “a árvore é verde”, mas sim “a árvore verdeja”. Evidencia -se não a qualidade (o adjetivo), mas sim a ação (o verbo), para exprimir não o conceito, mas somente um acontecimento. O que se exprime no julgamento estoico não é uma propriedade como “o corpo é quente”, mas o acontecimento “esse corpo se esquenta”. (...) Por isso mesmo, filósofos do limite, como Gilles Deleuze, e ficcionistas montados no paradoxo, como Lewis Carroll, retornam tantas vezes ao estoicismo. Se a árvore “verdeja”, logo ela não é verde". (KRAUSE, G. B. A Ficção cética , p. 221-222.)