"Ao
invés de enunciar os julgamentos com a ajuda da cópula “é”, como de hábito, o
estoicismo (doutrina filosófica) propõe uma sintaxe que caracterize o movimento e a impermanência:
não se deve dizer “a árvore é verde”, mas sim “a árvore verdeja”. Evidencia-se
não a qualidade (o adjetivo), mas sim a ação (o verbo), para exprimir não o
conceito, mas somente um acontecimento. O que se exprime no julgamento estoico
não é uma propriedade como “o corpo é quente”,
mas o acontecimento “esse corpo se esquenta”.
(...)
Por
isso mesmo, filósofos do limite, como Gilles Deleuze, e ficcionistas montados
no paradoxo, como Lewis Carroll, retornam tantas vezes ao estoicismo. Se a
árvore “verdeja”, logo ela não é verde".
(KRAUSE,
G. B. A
Ficção cética, p. 221-222.)
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