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Mostrando postagens de agosto, 2020

É a tua opinião que te constrange

"Pode alguém te impedir de inclinar-te para a verdade? Ninguém pode. Pode alguém te constranger a aceitar o falso? Ninguém pode. Vês que, nesse mesmo tópico, possuis a capacidade de escolha desimpedida, não constrangida, desembaraçada? Vejamos: é diferente em relação à capacidade do desejo e à capacidade do impulso? Então o que pode vencer um impulso senão outro impulso? O que pode vencer o desejo e a repulsa senão outro desejo e outra repulsa?” – Se – diz um dos presentes – alguém me infundir o medo da morte, ele me constrangerá. – Constrangerá não o que infundiu o medo da morte, mas constrangerás a ti mesmo porque te parece melhor fazer alguma dessas coisas que morrer. Assim, ao contrário, é a tua opinião que te constrange – isto é, a escolha constrange a escolha." (Diatribes de Epicteto, 1, 17, 22-26)

Sobre pobreza e filosofia

Trecho extraído das cartas de Sêneca:  "É esse então o teu problema, é por isso q ue adias a tua formação: para não te res de recear a pobre za! E não será a po b reza desejável? Muitos há a quem a riqueza impediu de dedicar - se à filosofia. A pobreza não é obstá culo, não é motivo de angústias . O pobre, quando ouve os clarins soarem, sabe que o caso lhe não respeita; quando ouve gritar por água, procura o meio de escapar ao fogo, sem cuidar dos objectos a salvar; se tem de viajar por mar, não provoca bulício no porto nem faz com que a escolta dum único viajante encha de estrépito o cais; não tem à sua volta uma multidão de escravos para cujo sus t ento seja preciso recorrer à fertilidade de regiões longín quas. Não tem problema sustentar meia -dú zia de estômagos de hábitos saudáveis e sem outra ambição senão serem saciados. A fome contenta-se com pouco, os pala dare s requintados é que têm g randes exigências . A pobreza limita - se a satisfazer as necessidades mais prementes

A erudição e a música

Adicionar legenda "A música não depende de estarmos com razão, de termos bom gosto ou erudição musical e tudo o mais.  – Ah, não? E de que depende então?  – De se fazer música, Sr. Haller, de se fazer música tão boa e tão abundante quanto possível e com toda a intensidade de que alguém é capaz. Aí é que está a coisa, monsieur . Ainda que eu tivesse na memória toda a obra de Bach e de Haydn e pudesse dizer as coisas mais admiráveis a respeito delas, não teria a menor utilidade para os outros." (Hesse, H. O lobo da estepe , p. 145.)